quinta-feira, 4 de abril de 2013

A proposta

As postagens neste blog deverão acontecer todos os dias, à moda de um diário.
Fica, entretanto, o alerta de que as postagens poderão não ser exatamente diárias, embora as matérias o sejam. Ou seja, posso postar matérias relativas a determinado dia no dia seguinte, ou mesmo dois dias depois. Tudo vai depender das circunstâncias do momento. De qualquer forma, procurarei manter os registros diários, para que a sequência lógica não seja interrompida.
Caso haja uma notícia de última hora (como a eleição do novo Papa, por exemplo), poderei fazer mais de uma postagem diária.
Para visualizar postagens dos dias anteriores, clique em "Postagens mais antigas", após a última que aparecer na tela. 

Tragédias policiais



Quinta-feira, 4 de abril
Dramas ao vivo
Não dá mais para assistir os programas policiais de fim de tarde nas principais redes de televisão. As tragédias são tantas e tão escabrosas que acabam fazendo mal para quem assiste. Na maioria das vezes é muito difícil não se emocionar com a desgraça que atinge muitas e muitas famílias, geralmente das classes mais pobres. São crianças e mulheres mortos em assaltos e crimes de toda espécie. Pais e mães desesperados, órfãos que ficam sem família.
Os apresentadores contribuem consideravelmente para tornar as tragédias ainda mais calamitosas. São movidos a sangue (alheio, claro!) Não se pejam de aumentar por conta própria os dramas já suficientemente calamitosas que afligem as pobres vítimas de atos criminosos.
Os principais palcos de tanta desgraça;São Paulo e Rio de Janeiro, onde a criminalidade grassa vertiginosa e vergonhosamente.
E ainda falam em promover Copa do Mundo e Olimpíadas em palcos assim. Vai ser preciso melhorar muito para ficar ruim. Só um verdadeiro milagre para não acabarmos taxados de lata de lixo da humanidade.

Corintianos na Bolívia



Quarta-feira, 3 de abril
Presos há dois meses
É simplesmente inconcebível a (falta de) atitude das autoridades brasileiras em relação aos doze corintianos presos na Bolívia por conta de um menino morto por um rojão (sinalizador) detonado pela torcida do time brasileiro no jogo contra o San José, na cidade de Oruro. Isso há uns dois meses, e os torcedores estão presos desde então, sem culpa formada e sem perspectiva de soltura ou mesmo de julgamento.
É admissível e compreensível que a Bolívia tenha as suas leis, que nem sempre são pífias e benevolentes como as brasileiras em casos de crimes. Mas a detenção de doze pessoas sem motivo comprovado, por cerca de dois meses, beira o absurdo.
As autoridades diplomáticas brasileiras, que poderiam (e deveriam) fazer alguma coisa além de manifestar solidariedade, até agora estão de braços cruzados. O presidente do Corinthians Paulista teve de ir a Brasília para “acordar” o nosso Ministério de Relações Exteriores e pedir alguma providência mais enérgica visando a soltura dos brasileiros, que estão passando por privações inimagináveis, inclusive, com danos sérios à saúde.
O ministro Patriota, chefão do Itamarati, recebeu o presidente corintiano e prometeu agir. Só não explicou o porquê de ainda não ter feito isso. Na conversa, só faltou mesmo o Ministro dizer que não sabia das prisões.
O motivo por trás da (in)ação governamental deve ser a preocupação com a viagem em caravana para se hospedarem em hotéis caros de Roma, para assistir a missa do papa. Para defender quem precisa, aí a história é outra. Pobre democracia brasileira!!!
Coreano que late
 
Do outro lado do mundo, o balofo e ridículo ditador da Coréia do Norte, Kim Jong-um continua com seus discursos estrambólicos contra meio mundo, principalmente os Estados Unidos e seu vizinho do sul.
Embora a política expansionista e imperialista norteamericana não deva servir de modelo para ninguém, vamos convir que um paiseco da Ásia não tem essa bola toda para ficar dando uma de valentão. É mais ou menos como um pintcher desafiando um pitbull.
Dizem que cachorro que late não morde, mas sempre há a possibilidade da tentativa. Como o balofo é maluco de carteirinha, pode ser que venhamos a ter um baita problema a afetar a humanidade inteira.

terça-feira, 2 de abril de 2013

Que coisa, tchê!



Terça-feira, 2 de abril
Em branco
Ontem passei em branco, aqui no blog. E não foi porque era primeiro de abril. Na verdade eu estava em viagem, de Porto Alegre a Sanchico (o que também não é uma mentira). Saí de manhã da capital gaúcha e cheguei em casa no início da noite, por volta das 21 horas, completamente extenuado. Não tive coragem de abrir o computador.
Que coisa, tchê! 
Eu sempre critiquei os catarinenses que chamam verduraria de verdureira. Mas tem coisa pior: os gaúchos chamam frutaria de fruteira.
Desse jeito logo teremos padeiras e livreiras ao invés de padarias e livrarias, tchê!
Ninguém merece
Como eu não ganho nada da chamada grande mídia, posso falar: ninguém mais agüenta a propaganda da Caixa Econômica na televisão. Aquela do garoto que lê pela primeira vez chega a doer.
Sinceramente: se eu fosse correntista da CEF já teria fechado a conta. Em sinal de protesto.

domingo, 31 de março de 2013

Mais Maringá



Domingo, 31 de março
O telefone
Sobre a minha infância/juventude na cidade de Maringá, ocorreu-me outro episódio interessante, que passo a relatar:
Estava eu com uns 12/13 anos de idade quando minha mãe (que estava doente) ordenou que fosse telefonar para o colégio onde estudava para justificar minha ausência às aulas naquele dia. Eu nunca tinha usado um telefone. No bairro em que morávamos só existia um estabelecimento com telefone, uma serraria de um japonês.
Armei-me de coragem e fui até a serraria. O pessoal de lá me conhecia pois eu passava em frente todos os dias. Atendeu-me o filho do dono (não é necessário que eu diga que era nissei, né?). Ele me atendeu bem, mostrou-me a localização do aparelho e eu, meio trêmulo, perguntei como funcionava. Ele me explicou: você precisa discar o número certo, na sequencia certa (eu tinha o número anotado num papel) e ouvir o som que vem do outro lado. Se for tuuuu – tuuuu, assim bem espaçado, então o telefone está chamando; logo alguém vai atender. Mas se fizer tu-tu-tu-tu, assim bem rapidinho, então é porque a linha está ocupada. E nada mais disse nem lhe foi perguntado.
Fui até o aparelho e disquei o número, com muito cuidado para não errar. Naquela época era discar mesmo, porque o acionamento era feito através de um disco, na parte frontal do telefone (preto, sempre). Você enfiava o dedo num buraquinho correspondente ao número que queria, girava o disco até uma trava, soltava, ele voltava à posição original. Depois discava o número seguinte e assim por diante.
Muito bem. Eu disquei (essa parte a minha mãe me ensinou antes de eu ir fazer a ligação). Do outro lado veio o som: tu-tu-tu-tu. Ocupado. Eu entendi. E pensei: bom, do outro lado estão ocupados e não podem me atender agora. Vou esperar um pouco e alguém, com certeza, virá atender (achei que era como se ficasse num balcão, esperando a vez para que um atendente me atendesse). Fiquei assim por vários minutos (não lembro bem, mas acho que foram uns quinze ou vinte minutos). Como ninguém se dignasse a me atender, recoloquei o fone no gancho e fui embora.
Em casa eu disse para minha mãe que tinha ligado e que, no colégio, tinham anotado a justificativa (foi uma mentirinha piedosa – em benefício próprio, claro!)

Uma Feliz Páscoa para todos.

sábado, 30 de março de 2013

Maringá de novo



Sábado, 30 de março
O meretrício
O leitor João Batista, que se diz maringaense da gema, me questiona via e-mail sobre a matéria publicada na quarta-feira passada (na verdade a postagem só aconteceu na quinta). O João Batista, na verdade, gostou do texto, mas me pergunta sobre a minha relação com a cidade do norte paranaense.
Eu morei em Maringá durante os anos mais dourados da vida. Posso dizer que fui criado em Maringá, onde vivi desde os oito anos, quando meus pais se mudaram de Curitiba para lá e de lá só saí aos vinte anos de idade. Muitas peripécias da mocidade, da juventude, foram vividas em Maringá. Na fase final da adolescência eu costumava freqüentar uns estabelecimentos altamente especializados num bairro da cidade chamado Vila Marumbi. Popularmente essa região era conhecida como zona do baixo meretrício. No começo, como eu só tinha 17 anos, precisava fugir das batidas policiais, pois era proibida a presença de menores de 18 anos naqueles estabelecimentos. Fugir da polícia até que não era difícil, mesmo porque algumas moças mais humanitárias sempre nos davam cobertura. Digo “nós” porque eu não era o único naquelas condições.
Hoje eu fico raciocinando: se a Vila Marumbi era a zona do baixo meretrício, é porque havia também o alto meretrício.
Mas esse eu nunca freqüentei.